A oposição no Senado Federal conseguiu criar a CPI da Petrobras. Não irei comentar agora detalhes técnicos do caso. Independentemente de ter ou não razão de existir da CPI (e acho que várias denúncias concorrem para justificá-la), o que importa agora é tentar compreender as implicações políticas do epsódio.
O governo saiu duplamente enfraquecido. Primeiro, oposição operou melhor, especialmente a trinca de tucanos Artur Virgílio (AM), Tasso Jereissati (CE) e Maroni Perilo (GO). Segundo, a tropa da operação abafa acionada pelo Planalto ficou isolada. O PMDB simplesmente lavou as mãos. Das seis assinaturas que o governo necessitava retirar, apenas duas foram confirmadas, uma delas, surpresa para muitos, a do senador Cristóvam Buarque (PDT-DF), que intenta posar de tiozinho preocupado com a educação das criancinhas, mas que na hora de cumprir o seu dever de fiscalizar, tende a ceder aos “argumentos” governistas.
Essa CPI, não duvidem, possui certa ligação com a avalanche de escândalos que corroía a imagem do Parlamento, sob o olhar imperial de Lula. Não deixa de ser um recado: o Legislativo é um Poder, e como tal, não pode ser subestimado.
Evidentemente, o calendário eleitoral também entra na equação. Anotem aí: o PMDB não sente perspectiva de poder em Dilma. Pelo menos, não vê com as mesmas chances de José Serra.
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