Hoje, partidos de todos os matizes ideológicos concordam que a educação é a chave para o desenvolvimento e o crescimento de um país. No Brasil, o direito a educação para amplas parcelas da população foi uma conquista da Constituição de 1988 e de lá para cá, a universalização do ensino fundamental foi alcançada . Se o problema da quantidade foi resolvido em uma década, a questão da qualidade ainda é um grande desafio.
Municípios pelo Brasil afora tem se esforçado para conseguir melhorar suas redes de ensino, e para isso algumas medidas já conhecidas precisam ser adotadas, como por exemplo, redimensionar os processos de gestão, valorizar os profissionais da educação, cumprir o tempo escolar, incentivar a participação das famílias na escola e melhorar o perfil pedagógico.
E em nossa Fortaleza, como anda a educação ?
O que vemos é um abissal descompasso entre o discurso e os fatos. A recente greve dos professores representou, apenas, a ponta de um iceberg que se espalha em varias direções. Basta visitar as escolas da rede municipal para comprovarmos a face mais evidente da falta de um projeto educacional para as nossas crianças. As escolas estão entregues a própria sorte, com gestores descomprometidos, professores desencantados e alunos desiludidos.
Mas, como e por que chegamos a esse ponto? Se olharmos os resultados de desempenho dos alunos da rede municipal de Fortaleza nos últimos anos, podemos constatar que eles vêm caindo, mesmo sabendo que os recursos financeiros vêm aumentando significativamente, especialmente a partir de 2007, com a criação do Fundeb.
Por que a rede municipal não consegue se organizar em torno de objetivos e metas de aprendizagem, como inúmeros municípios vêm fazendo? Por que os índices de alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental são tão precários? Como explicar que Fortaleza ficou com a quarta pior nota no exame de alfabetização do Estado ,ficando atrás de 180 minicipios do estado? Essa explicação é simples e clara: No atual governo municipal a educação é trabalhada na lógica da política e não da meritrocracia, e com isso não há possibilidade de qualquer projeto mais consistente, porque não há espaço para implantação das medidas necessárias, muitas vezes, antipáticas ao vereador ou ao cooredenador político do momento. Às crianças de Fortaleza, está sendo negado o seu futuro.
Estamos falando da negação de oportunidades de se incluir num mercado cada vez mais competitivo, de alcançar mobilidade social, de conquistar uma profissão, de se incluir na sociedade de consumo. Estamos também falando das possibilidades que a falta de educação abre para a marginalidade, o consumo de drogas, os desvios de conduta, o aumento de transgressões a lei, e o crescimento das prisões.
De que adianta fazer o telhado se a fundação está podre? De que adianta tapar buracos das
ruas, se o buraco das escolas é cada vez maior? De que adianta novos prédios e modernas instalações fisicas se nossas crianças estão condenadas a doença do analfabetismo? Onde encontrar beleza nesse triste resultado?
Está na hora de um basta! Está na hora de uma ruptura com modelo atual ! Está na hora de
garantir e não negar um futuro de oportunidades aos nossos filhos e netos!
Vamos, juntos, exigir mudanças na educação de nossa cidade !
* Maia Júnior,
Ex-vice-governador e militante do PSDB cearense.
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