Em entrevista à TV Cidade, prefeita não só defendeu a realização de festas, como declarou se arrepender de não promover ainda mais shows
Na manhã desta quarta-feira (27), a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, esteve no Grupo Cidade de Comunicação e concedeu entrevista à rádio AM 860, e também à jornalista Patrícia Calderón, apresentadora do Jornal da Cidade.
Por volta das 10h40 da manhã, Luizianne chegou à emissora, acompanhada por sua assessora e dois seguranças, que estiveram ao seu lado durante toda a entrevista.
"Eu desconsidero aquela canalhice que foi feita, uma tentativa de criar uma imagem que não é a minha", diz Luizianne, em referência às críticas feitas pela revista Veja /Foto: CNews
A prefeita de Fortaleza foi questionada acerca de temas polêmicos e de toda a problemática que a capital cearense vem enfrentando, como também os ataques à sua gestão e os questionamentos levantados pela última edição da revista Veja, os quais Luizianne caracterizou como “canalhice”.
Luizianne Lins respondeu prontamente todas as perguntas e teve os ânimos alterados quando questionada sobre o dinheiro público gasto com as festas promovidas por sua gestão. A prefeita não só defendeu a realização das festas, como declarou se arrepender de não proporcionar ainda mais shows à população.
Luizianne desabafa e declara que se sente triste e magoada com os bombardeios à sua administração e também à sua vida pessoal. Ela ainda brincou com as especulações a respeito do seu relacionamento com o empresário Carlos Fujita, e negou que a obra do Jardim Japonês teria sido feita para homenagear o possível namorado.
- Se fosse para homenagear namorado eu teria que fazer muitos jardins, o que não é o caso, declarou a prefeita.
Ferida, magoada e decepcionada
A mulher Luizianne Lins como se sente? Ela deita e dorme tranquilamente?
- Do ponto de vista de administradora tenho a consciência tranquila de que estou fazendo o melhor. Agora a mulher, o ser humano, o indivíduo, se sente ferido, magoado, decepcionado. O problema não é ter oposição, mas a forma que vem se dando os ataques é extremamente sórdida, tem entrado na minha vida pessoal, ataca mãe, filho, isso não é algo que contribui para a melhoria da cidade. Acho que é uma atitude covarde, tem a ver com a questão de ser mulher. Além de ser mulher, eu não sou uma política convencional.
Desânimo
A prefeita Luizianne Lins, já pensou em desistir?
- Eu tenho um compromisso político com o povo, é claro que em um momento desses eu não seria hipócrita em dizer que não me sinto desanimada. Mas quando isso acontece, eu miro no povo que luta diariamente por uma vida melhor. A injustiça é o que mais dói.
Esperança
A senhora acredita que até o final da gestão, todas as obras serão entregues?
“Eu acho que sim, nós estamos trabalhando para isso. “
Especulações não afetam sua moral
Sobre as acusações de superfaturamento em obras
- Sempre obra pública tem polêmica, isso acontece porque os tribunais estão fiscalizando, tudo o que foi colocado para nós foi investigado, e nenhuma denúncia foi comprovada, portanto são críticas sem consistência, e nós nunca fomos processados. São muito mais denúncias vazias, especulações, suposições da oposição, do que efetivamente problemas concretos. A coisa mais importante que eu tenho na vida é a moral, e luto muito por isso e não abro mão.
Assumindo erros
O que a prefeita Luiziane Lins se arrependeu de ter feito?
- Quando começamos a fazer o hospital da mulher eu fui convencida a realizar a inauguração do hospital por módulos, começando pelo ambulatório e depois daria continuidade, mas depois descobri que isso era inviável. Não dava para abrir um ambulatório convivendo com uma construção paralelamente. Além do que se criou uma expectativa sobre a inauguração do hospital. Avaliou-se, então, tecnicamente, que não era uma coisa boa para ninguém. Se fosse hoje tomaria uma postura diferente e mesmo que demorasse, optaria por entregar a obra na íntegra.
Jardim Japonês
A comunidade japonesa em Fortaleza é bem pequena, o Jardim foi feito em homenagem a alguém?
- O primeiro imigrante japonês do Ceará é o pai do Capitão Fujita. No ano de 2008 a imigração japonesa no Brasil completou 100 anos, então vários locais começaram a homenagear a data. Na época fui procurada pelo capitão Fugita, e ele doou à prefeitura um pré-projeto do Jardim Japonês, que seria naquele local que estava feio e sem sentido, o que era o antigo “greenville”. Acompanhada por ele, pedimos a verba à ministra da época que ficou encantada com o projeto, eu também gostei muito e decidimos fazer. Todo o resto é só especulação. Não fiz para homenagear ninguém, se fosse para homenagear namorado eu teria que fazer muitos jardins, o que não é o caso.
Buracos: chuva não combina com asfalto
Maior reclamação dos fortalezenses são os buracos, e foi feito recapeamento do asfalto debaixo de chuvas. Não é falta de administração e bom-senso de saber que se colocar um asfalto no dia de chuva, haverá desperdício?
- É a vontade de fazer. Se você não faz as pessoas vão dizer que você não está fazendo. É desperdício, mas nós não combinamos com São Pedro. Se nós não damos sinal de que estamos querendo fazer, vêm as críticas como se não estivéssemos nem ligando, quando na verdade, chuva não combina com asfalto, é igual sonrisal, derrete.
No dia 02 de maio, data prevista para a diminuição da quadra invernosa, o tapa-buracos será intensificado e sistematizado, mas agora precisamos esperar.
Festas: arrependimento de não ter realizado ainda mais
Críticas em relação às inúmeras festas realizadas pela Prefeitura. Você já tentou não realizá-las, para cessarem as críticas? Quais os benefícios que esses eventos trazem à população?
- Elas trazem benefícios não só para a cidade, mas para a auto-estima do povo. Fortaleza não tinha um lugar público onde as diferentes classes se reunissem. As nossas confraternizações conseguem unir todo o povo em sintonia sem ter uma confusão.
Mas elas não são muito caras?
- Caras do ponto de vista de avaliar aqui, mas os benefícios que isso traz, cultura é um direito do povo. (prefeita fica visivelmente nervosa e irritada)
E a saúde?
- Também é um direito do povo, mas uma coisa não compete com a outra. Não são os 300 e poucos mil que paguei no show da Daniela Mercury que vai resolver o problema da saúde, eu gasto quase um bilhão de reais. Se eu tirar o dinheiro investido nos shows eu tiro do povo a possibilidade de ter acesso à cultura, pessoas que nunca viram um show ao vivo.
Mas não é contraditório porque esse mesmo povo que a senhora tenta agradar, no outro dia detona a prefeitura?
(Nesse momento a assessoria da prefeita intervém e pede para encerrar a entrevista)
- É às vezes falta de conhecimento. Porque ganhamos a eleição de 2008? Porque começamos a mostrar a esse setor da população que tudo que estava melhorando na vida dele. Se eu não consolido o réveillon, e foi bombardeando ano a ano, hoje um milhão de pessoas participam, há geração de emprego, a rede hoteleira fica lotada. E gera muito turismo para a cidade, consequentemente, geração de emprego. As pessoas que têm poder aquisitivo têm preconceito com a possibilidade das classes menos favorecidas terem acesso às festas. Nós miramos nisso e não abriremos mão. – Você não se arrepende das festas? De forma alguma! Pelo contrário. Talvez eu me arrependa quando sair do governo de não ter feito mais festa e dar de presente para o povo que merece.
Acusações da revista Veja: “uma canalhice!”
Acusações feitas pela revista Veja sobre: Cartão Corporativo, segurança particular, construção irregular da casa de sua mãe na praia do Batoque- o que é verdade?
- Primeiro eu desconsidero aquela canalhice que foi feita, uma tentativa de criar uma imagem que não é a minha.
Cartão corporativo: uma barbaridade que nem responderei. Onde estão as provas? Eu fiquei chocada, revoltada.
Casa de praia da mãe: a casa nem foi construída, foi comprada, é totalmente legal, não é nada do que estão falando. A casa é pequena e simples, comprada de um pescador.
Guarda Municipal: eu estava dentro do direito legal de segurança, a única coisa que tenho na vida mais preciosa é o meu filho e minha mãe. Fui procurada pela revista, enviei documentos e eles desconsideraram. É muito mais uma vontade de criar um conceito equivocado sobre a minha pessoa.
Apoio do povo
A senhora tem mais amigos ou inimigos?
- Muito mais amigos. O povo é meu amigo, e sei que ele torce pela minha administração.
Em breve o vídeo com a entrevista na íntegra no Portal Cnews
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