quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

CPMF - O governo perdeu para ele mesmo. E para Arthur

O fim da CPMF, marcado para o próximo dia 31, foi a mais retumbante derrota colhida pelo governo desde que Lula subiu a rampa do Palácio do Planalto pela primeira vez na manhã do dia primeiro de janeiro de 2003. Com rigor, foi a única derrota expressiva.

Ao fim e ao cabo, o governo perdeu para si mesmo - para sua arrogância, sua falta de articulação política e sua pretensão de ganhar sem ceder nada ou muito pouco.
O governo conta com o apoio de 14 partidos. Que no Senado dispõem de 53 votos. Precisava de 49 para vencer. Conseguiu 45, apesar do empenho de todos, rigorosamente todos os governadores.

Seria o caso de se dizer que nunca antes neste país...
Quando anteviu o desastre, tentou fazer em poucas horas o que deveria ter feito há muito tempo - acertar-se com os partidos de sua base e com os da oposição. Não teria sido difícil.
Mas não: procedeu com a desenvoltura de uma tartaruga. E com o excesso de boas maneiras de um macaco.

O que levou Lula a se oferecer para tomar café da manhã com o governador José Roberto Arruda (DEM), do Distrito Federal? E a atravessar Brasília de uma ponta à outra para ir ao encontro dele?

Poderia ter chamado Arruda para tomar café no Palácio da Alvorada. Assim pediria o ritual do cargo. Por meio de um interlocutor comum, poderia ter avaliado antes se Arruda de fato teria como ajudá-lo. Não tinha. Bateu na porta errada.

Quem convenceu Lula da vantagem de despachar uma carta ao presidente do Senado quase no fim da sessão de ontem para avalizar outra, assinada pelos ministros da Fazenda e das Relações Institucionais, onde eles prometiam mais recursos para a Saúde?

Quem duvidaria da palavra dos dois ministros, sendo um deles dono da senha do cofre?
Pois o Senado ignorou as duas cartas.

Presidente da República só deve entrar em campo para bater pênalti. E de preferência contra uma meta sem goleiro. Lula entrou em campo e chutou a bola nas mãos de Virgílio.
Apesar dos erros, é justo reconhecer que o governo só perdeu porque teve pela frente um senador obstinado como o líder do PSDB. Arthur Virgílio - o nosso herói!!!
DETALHE - Da bancada do Ceará no Senado só Tasso Jereissati votou contra a matéria.

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