Brasília (24 de julho) - O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), considerou descabida a irritação do presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, diante da proposta de intervenção internacional no setor aéreo brasileiro com o intuito de ajudar a solucionar a crise. "Não há que se alegar que a proposta fere a soberania porque quem está ferido é o povo brasileiro. É a sociedade brasileira que padece com tanto descaso do governo e ao ver tanta gente morta por total falta de competência da Infraero no estabelecimento de prioridades", afirmou. FALTA DE CAPACIDADEPannunzio classificou de "razoável" a possível intervenção da Federação Internacional dos Controladores de Tráfego Aéreo, na medida em que o brigadeiro "não se desincumbe do cargo para que outro mais competente o assuma". O deputado lembrou ainda que o Brasil é escala importante de vôos internacionais e que o caos aéreo já tomou uma dimensão insuportável. "O presidente da Infraero não tem razão nenhuma de se sentir indignado. Ninguém mais consegue voar sobre o território nacional com segurança e isso acontece devido à total falta de capacidade dos setores que deveriam saber administrar a crise com eficiência", finalizou.
CAOS SEM FIM
Dez meses após o seu início, o caos nos aeroportos parece não ter fim. Nesta segunda-feira, Congonhas viveu mais um dia complicado, provocando um efeito cascata nos demais terminais do país. Aeroportos lotados, filas gigantes, gente dormindo nos saguões e atrasos acabaram se tornaram rotina de Norte a Sul. A chuva, a recusa dos pilotos a descer na pista auxiliar do principal terminal do país e os reflexos da pane no Cindacta de Manaus suspenderam pousos e decolagens. Neste dia 23, das quase 600 operações diárias em Congonhas, apenas 54 foram concretizadas. Nesta terça-feira o cenário não é diferente: metade das partidas programadas entre as 6h e as 12h acabou cancelada.
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