Brasília (25 de julho) - O deputado Gustavo Fruet (PR) classificou na manhã desta quarta-feira a crise aérea instalado no Brasil de "a tragédia da má-gestão". "Até agora o que se verificou nos vários órgãos que compõem o sistema aéreo brasileiro, além de um conflito interno, é a falta de uma ação coordenada", afirmou, ao avaliar a demissão do ministro da Defesa, Waldir Pires (PT), e o anúncio do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim (PMDB) para a pasta. "É preciso se reconhecer que Waldir Pires perdeu autoridade. Houve uma exposição negativa de uma pessoa íntegra, que tem uma biografia que não pode ser comprometida", acrescentou.
CONDUTA DA ANAC
Jobim aceitou na noite de ontem o convite para assumir o Ministério da Defesa. Depois de quase dez meses de crise aérea, desde o acidente da Gol em setembro do ano passado, a situação de Pires ficou insustentável após o desastre com o Airbus-A320 da TAM que matou quase 200 pessoas no último dia 17 em São Paulo. Na avaliação de Fruet, a troca de ministros ressalta a necessidade da aprovação de um pedido de processo disciplinar de sua autoria contra toda a diretoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na CPI do Apagão Aéreo da Câmara. Se o requerimento do tucano for aprovado, o governo será obrigado a abrir investigação e uma comissão será formada para apurar responsabilidades. A intenção de Fruet é que o Ministério da Defesa investigue a conduta dos diretores da agência na gestão da crise aérea. "Não estou questionando a integridade moral dos dirigentes da Anac. Toda decisão da agência se dá por colegiado. É uma decisão do presidente e de seus diretores. Estou questionando se essa direção foi eficiente para gerir a crise e executar os trabalhos de médio e longo prazos", esclareceu o tucano. A atuação da Anac e de seu presidente, Milton Zuanazzi, vêm sendo apontada como fator preponderante do caos nos aeroportos. Para Fruet, do ponto de vista da regulação, a agência seria condescendente com as companhias aéreas, gerando todo tipo de transtorno para os usuários. Nesta quarta-feira, a CPI do Apagão tomará três depoimentos. O presidente da Anac fala neste momento. Também serão ouvidos o vice-presidente técnico da TAM, Rui Amparo, além de Eurípedes Conceição, marido de uma das vítimas do acidente com o Airbus-A320. A CPI pretende ainda ouvir nos próximos dias o tenente-coronel Fernando Camargo, que está nos Estados Unidos, onde acompanha as investigações envolvendo as caixas-pretas do Airbus-A320 da TAM. Ainda não foi definida a data que ele deverá ser convidado a prestar esclarecimentos à comissão.
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